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Em 2018, cidade recebeu mais de 58 mil hóspedes, 85% pelo turismo de negócios, indica censo

Vista do forte de Macapá



Macapá recebeu mais turistas e hóspedes em 2018, em relação ao ano anterior: 58.048 pessoas passaram alguns dias nos mais diversos tipos de acomodações da capital, e injetaram na economia local mais de R$ 54,8 milhões - foi o maior gasto de turistas registrado desde 2015. A taxa de ocupação hoteleira chegou a 59% (7% a mais que em 2017), mas, mesmo com o crescimento, a insatisfação com esse tipo de negócio aumentou entre quem atua na área.

Os dados fazem parte do Censo do Turismo de Macapá 2018, apurado pela Federação de Turismo do Estado do Amapá (FETur). A pesquisa reúne informações sobre a movimentação nos setores de hotelaria, transporte aéreo e alimentação fora do lar na capital. Para chegar aos dados sobre meios de hospedagem, a FETur realizou entrevistas e aplicou questionários com os empreendimentos, entre hotéis, balneários, aparts, hostels e pousadas. Os mais de 58 mil hóspedes da capital em 2018 ocuparam 174.145 diárias em 34 meios de hospedagem. O turismo de negócios (85%) ainda é o mais visado pelos turistas, seguido pelo de eventos (9%) e de lazer (1%).

Apesar do número de empreendimentos ter reduzido em um ano (de 45 em 2017 para 34 empreendimentos em 2018), assim como o de unidades habitacionais (de 1.217 para 1.193), o censo identificou que mais leitos foram ofertados ao público: em 2017 eram 1.984, enquanto que no ano seguinte, Macapá chegou a 2.036 leitos. O valor da média de diária subiu para R$ 220 em 2018. Os meses de maior ocupação dos meios de hospedagem foram setembro, outubro e junho no ano passado.

O censo identificou ainda o perfil do público que procura serviço de hospedagem na capital: a maioria é de homens (73%), que moram no Pará (41,8%), que chegam à capital de avião (94%), que possuem idades entre 31 e 41 anos (34,2%), e que permanecem, em média, durante três dias na cidade.

Insatisfação e mudanças nos negócios

A pesquisa avaliou também a satisfação dos empresários com o negócio no ramo da hotelaria. Em 2015, 89% dos meios de hospedagem responderam que estavam satisfeitos. Esse índice diminuiu 15% em 2017, mas no ano seguinte, o percentual caiu mais da metade e mostrou que 68% dos empreendimentos se sentiam insatisfeitos.

Nos últimos anos, a despesa com energia elétrica dificulta as empresas fecharem os meses com saldo positivo. O assunto apareceu no censo como a maior dificuldade encontrada por 100% do setor, seguida da falta de divulgação (92%), falta de clientes (82%) e excesso de carga tributária (67%).

A maioria das empresas (74%) não tem parceria com transportadora turística, mas tem com agências de viagens (52%), e não terceiriza serviços (65,7%) como lavanderia, contabilidade, lanchonete, segurança e restaurante. O censo mostra ainda que, dos 51,4% dos empreendimentos que investem em capacitação de mão de obra, 61% procuram o Sebrae para o serviço.

Houve uma expansão de empreendimentos hoteleiros nas zonas Oeste e Sul da capital: de 5% em 2015, 29% das empresas passaram a ocupar essas regiões em 2018. No Centro, as acomodações reduziram, mas a zona continua acumulando o maior percentual de empreendimentos: 55%. O censo também mostra que os meios de hospedagem do modelo “econômico” passaram a ser a maioria no ano passado (46%). Mais da metade das empresas têm funcionários que falam francês.

Também se observou que a condição de imóveis próprios aumentou consideravelmente: de 66% em 2015 e 2017, para 85% em 2018; e que a maioria das empresas do setor têm mais de 10 anos de atividades.

Censo do Turismo de Macapá

Essa é a terceira vez que a prefeitura da capital faz uma pesquisa de forma ampliada sobre o mercado de turismo de Macapá. Anteriormente, a apuração, chamada de Censo Hoteleiro, continha somente dados relacionados à hospedagem e, desta vez, também reúne informações sobre a área de alimentação e trânsito aéreo. O objetivo é identificar, quantificar e levantar o potencial do mercado de turismo, a partir da avaliação da infraestrutura da capital e das condições dos estabelecimentos ligados ao setor.

Assinam o levantamento a Prefeitura do Municipal de Macapá, a FETur, o Sindicato de Meios de Hospedagens do Amapá (SINDHotéis), a Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais de Turismo (ABBTur/AP), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Amapá (Abrasel) e a Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav).

Fonte: G1

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