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Em setembro, a Abrasel em Minas Gerais vai lançar seu próprio aplicativo: o Abrafood



Enquanto os restaurantes mineiros acumulam queda de 3% no faturamento no primeiro semestre e um a cada seis estabelecimentos pensa em demitir nos próximos meses, o delivery vai muito bem, obrigado. Com a propagação dos aplicativos de entrega de comida, o segmento tem driblado a crise. Em Belo Horizonte, pesquisa feita pelo PedidosJá, que atende a capital mineira desde 2012, detectou um crescimento de 50% no volume de pedidos no primeiro semestre deste ano. Diante de bolsos mais vazios e novos hábitos de consumo, o mercado resolveu se adaptar. Em setembro, a Abrasel em Minas Gerais vai lançar seu próprio aplicativo: o Abrafood.

O presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, afirma que a experiência já é bem sucedida no Amazonas e no Paraná. "Agora vamos lançar em Minas e a ideia é levar para todo o Brasil", diz. Para o empresário, o diferencial em relação aos aplicativos que já existem será a taxa de comissão. Normalmente, ela é na casa de 20% e a do AbraFood vai ser mais barata, com um valor fixo por mês, explica. A PedidosJá, por exemplo, cobra 15% e não incide a taxa de entrega na base para a comissão.

O ramo é promissor. Só neste ano, a PedidosJá cresceu 80% em todo o país, incluindo regiões metropolitanas e interior. Segundo a gerente comercial da plataforma no Brasil, Bruna Rebello, a capital mineira já é o terceiro maior mercado da empresa. O tíquete médio do belo-horizontino é de R$ 55, atrás apenas de São Paulo (R$ 62) e do Rio de Janeiro (R$ 59). Mesmo em crise, o delivery tem tido crescimento, pois o consumidor gasta menos do que quando vai pessoalmente ao restaurante e também não paga estacionamento. Na verdade, a crise até nos ajudou, comenta Bruna.

Para o empresário João Mendes Ribeiro, sócio do restaurante Leo Coxinha e do Bocão de Minas Lanches, a adesão aos aplicativos de entrega foi fundamental para passar pelo momento mais enxuto da economia. É uma tendência que não tem mais volta. Tanto no Leo, onde entregamos almoço, como o Bocão, que é exclusivo de delivery de sanduíches, os pedidos feitos pelo aplicativo representam de 30% a 40%, conta.

Para o dono da Come Lanches, Leandro Coelho de Matos, o aplicativo é um aliado importante. Sozinho, ele já responde por 20% do meu faturamento; 30% vem das mesas e o restante vem de telemarketing e site. É muito bom porque o aplicativo investe muito em publicidade e a gente pode pegar carona na divulgação, diz.

Lanches ultrapassam pizzas em BH

Ao contrário do resto do Brasil, onde a preferência nacional dos pedidos de comida é a pizza, em Belo Horizonte quem domina são os lanches. Segundo levantamento do PedidosJá, hambúrguer, cachorro quente, sanduíches geral e salgados respondem por 30% das entregas. De acordo com Leandro Coelho de Matos, que coordena duas lojas próprias e duas franquias da Come Lanches, são vendidos, em média, 50 mil sanduíches por mês. Desse total, 20 mil são via aplicativo, afirma.

O empresário afirma que, após dois anos de estabilidade no faturamento, apesar da crise, as vendas já começaram a crescer de novo no segundo semestre. Temos boas perspectivas para o ano que vem, comenta Matos.

Mão de obra para entrega é desafio

Em meio ao crescimento do delivery de comidas em Belo Horizonte, o setor enfrenta um grande desafio para encontrar profissionais para fazer as entregas. O problema fez a Salgaderia Delivery BH suspender os serviços. A modalidade da empresa, que já tinha atuação no ramo de congelados, foi criada como opção de diversificação dos negócios e do faturamento em meio à crise.

A proposta de entregar em casa salgados quentinhos foi bem aceita pelo público. Mas encontramos muito problemas para achar motoboy e adaptar o profissional à proposta da empresa. Eu mesmo cheguei a entregar algumas vezes, explica o sócio Hebert Alexandre Marena.

Fonte: O Tempo

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