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A empresa tem criado campanhas específicas para seu app, como a esfiha de carne a R$ 0,49 (primeiro pedido), mais barata do que no iFood, e entregas em menos de meia hora, a depender da região



O avanço dos aplicativos colocou iFood e Uber Eats no meio da relação entre o cliente e as redes de restaurantes. Se por um lado eles trouxeram um novo mercado para as lojas, até então inacessível, por outro ficaram com parte do poder de relacionamento das marcas, avalia Alberto Saraiva, CEO do Habib’s. A rede soma 12 milhões de pedidos ao ano, de todos os canais.

“Seu sou dono de todo o processo, da venda à entrega, eu tenho o controle sobre a marca, o poder sobre os meus dados. Nesses aplicativos, perde-se parte disso. Eles [os apps] têm a base [de dados] de todo mundo. Isso quer dizer que vou sair deles? De jeito nenhum, ganho muita transação, mas vou fortalecer o meu app”.

“Nunca o meu ‘app’ será maior que as vendas que faço pelo IFood, mas acho que dá para chegar num meio a meio”, afirma Saraiva. Hoje, cerca de 70% dos pedidos on-line da empresa vêm dos aplicativos, e os 30% restantes, do app da própria rede. Esse índice subiu: era de 6% em setembro.

A empresa tem criado campanhas específicas para seu app, como a esfiha de carne a R$ 0,49 (primeiro pedido), mais barata do que no iFood, e entregas em menos de meia hora, a depender da região.

Saraiva voltou à presidência da em setembro, após o negócio ter perdido mercado. O executivo anterior, Mauro Saraiva, primo de Alberto, deixou o posto, mas continua como diretor operacional. “Decidimos não entrar na guerra das hamburguerias, e isso foi uma bobeada. Eles [Burger King e McDonald’s] ocuparam nosso mercado, e estamos pegando de volta”.

A projeção é crescer 6% neste ano, em vendas — a empresa não informa valores. Questionado se não é uma taxa baixa, Saraiva diz que a empresa tem uma base madura. “E há meses em que os pedidos crescem 15%”.

O plano de Saraiva é voltar a ganhar volume, diluindo custos da expansão. Foram 78 milhões de transações em 2019 e o número pode chegar a 100 milhões em três anos. Ações estão sendo tomadas, como a aceleração nos projetos de retirada de pedidos nas lojas, diz Rafael Polachini, superintendente de marketing. Áreas de retirada de pedidos por aplicativos estão sendo instaladas nos pontos. As mudanças terminam em fevereiro. Das 310 unidades, 276 com metragem maior devem ter essa área reservada. Também foi fechada parceria com a empresa Sem Parar, com débito por meio da leitura do adesivo da companhia nos carros.

Fonte: Valor Econômico

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