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Aberto em 1984, o Gula Gula chegou à sua décima segunda unidade neste ano, a primeira na cidade de São Paulo

Patricia Wiethaeuper, Eduardo Daniel e Pedro de Lamare, sócios do Gula Gula (Foto: Divulgação)

Fernando de Lamare era apaixonado por culinária. Mas sua profissão até os 73 anos era em outro ramo: engenharia. Foi só quando se aposentou que o carioca, incentivado pelos amigos, decidiu investir no sonho de trabalhar com gastronomia. Seu primeiro empreendimento, uma rotisserie no Leblon, foi aberto em 1984. Trinta e cinco anos depois, seu filho Pedro de Lamare, junto com Eduardo Daniel e Patricia Wiethaeuper, comanda a rede Gula Gula, já com 12 unidades.

No primeiro momento, o estilo do negócio era diferente. A rotisserie tinha apenas seis mesas de apoio e a ideia era que os clientes levassem os pratos para comer em casa. As receitas servidas eram as mesmas feitas dentro da casa dos Lamare, com receitas da mãe do empreendedor. “Era como uma extensão da nossa cozinha”, afirma Pedro.

Mas o que era para ser um pequeno ponto no Leblon acabou chamando atenção de um grande público, que todos os dias formava uma fila na porta. “Não era um negócio com o intuito de ganhar dinheiro, era uma satisfação pessoal para o meu pai”, diz Pedro. “Eu nunca tinha visto ele tão feliz”.

No começo, Pedro trabalhava no mercado financeiro e ajudava o negócio apenas em sua hora de almoço. Com o tempo, começou a assumir mais responsabilidades dentro da rotisserie. Assim, quando seu pai faleceu, em 1995, já era ele quem controlava a empresa.

Três anos depois, Pedro usou do sucesso da marca para transformar o negócio em uma franquia. “Era uma forma de crescer sem ter que investir”, afirma o executivo. Além disso, o modelo estava muito crescente na época, o que trazia pessoas interessadas em abrir seu próprio Gula Gula.

Por isso, em 2012, quando precisou de ajuda para administrar o negócio, Pedro recorreu aos franqueados. Eduardo Daniel e Patricia Wiethaeuper já eram operadores de três unidades do Gula Gula cada um e conheciam o negócio a fundo. Assim, o executivo chamou os dois para entrar na sociedade e cada um comprou um terço da empresa.
Mas, segundo Pedro, as franquias começaram a perder força no mercado, principalmente no Rio de Janeiro. Por isso, desde 2014, a empresa passa por um processo de compra de todas essas unidades. “As margens de rentabilidade foram diminuindo e todo mundo foi penalizado”, diz Pedro. “Com um ponto próprio eu consigo ter uma qualidade e eficiência maior”.

Com essa centralização do negócio, ficou mais fácil para a marca manter os alimentos mais naturais e frescos. “Todos os pratos são feitos na loja diariamente”, diz Pedro. “Queremos oferecer o aspecto da comida caseira e que as pessoas se sintam em casa”.

O tíquete médio de toda a rede é R$ 65 e o faturamento do grupo chegou a R$ 80 milhões em 2018.

Foto: Ligia Skowronski

Recomeço em São Paulo

A primeira unidade do Gula Gula na capital paulista foi aberta ainda no formato de franquia. Quando decidiu encerrar esses contratos, Pedro fechou o ponto e só em 2019 chegou à cidade de novo. Localizado no centro de São Paulo, o restaurante fica dentro do casarão Barão de Bocaina, patrimônio histórico da cidade.

Para abrir as portas, o trio investiu cerca de R$ 5 milhões. “Queríamos chegar em São Paulo com impacto”, afirma Pedro. “Apesar de todo o trabalho, foi uma grande oportunidade”. Com origem na época das plantações de café, o espaço é arborizado e aberto, exatamente o que a empresa queria. “O objetivo era dar um pouco da descontração e espírito carioca”, diz.

A marca planeja abrir unidades em outros lugares. No momento, porém, os sócios estão focados nas operações do Rio de Janeiro e de São Paulo. São no total 11 unidades cariocas e uma paulista – e Pedro quer manter essa proporção. “Queremos consolidar as operações que já temos”, afirma.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

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