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A nova onda que enfatiza os benefícios de uma alimentação saudável, aliada às comodidades proporcionadas pela internet, está movimentando um nicho de mercado até então considerado secundário: o das marmitas entregues em casa ou no trabalho. Quem apostou nessa tendência nos últimos anos viu seu faturamento mais do que duplicar. E a expectativa é de que a expansão continue, pois ainda há muito território a ser coberto e muita gente para trocar a junk food pela chamada cozinha da comida saudável.

O uso de aplicativos e plataformas coletivas de e-commerce também ajudou a aumentar esse setor. Segundo uma pesquisa realizada trimestralmente pela Abrasel, apenas 29% dos estabelecimentos trabalham com pedidos feitos exclusivamente por meio do telefone. A pesquisa aponta ainda que 58% dos entrevistados utilizam plataformas coletivas e apenas 13% possuem ferramenta de e-commerce própria.

Das marmitas para o restaurante

Quem embarcou na onda das vendas online foi a Verdurinha, que produz pratos quentes, salgados e marmitas congeladas. Aberta em 2014, a marmitaria aderiu a uma plataforma de vendas coletiva depois de uma rápida experiência com um site de vendas próprio. Fábio Orivina, arquiteto por formação, abriu o negócio em sociedade com sua mulher, a engenheira Luciana Miura. Eles chegaram ao formato da marmita fresca depois de uma pesquisa de mercado realizada em 2013, quando constataram a falta de oferta de comida pronta para delivery, principalmente daquela considerada como “alimentação saudável”, ou seja, sem aditivos ou alimentos ultraprocessados. No início o próprio Fábio pilotava os fogões, agora há uma equipe com sete funcionários que cuidam do preparo das refeições. “O delivery atrai um tipo de consumidor que busca praticidade e é um nicho que tende a crescer constantemente”, prevê. Tanto é assim que a Verdurinha vende, no mínimo, 150 marmitas por dia, exclusivamente via ifood, para um raio de até 6 km da sede da empresa. Segundo as estimativas de Fábio, a empresa tem crescido a uma taxa média de 35% ao ano, atingindo faturamento total de R$ 1 milhão em 2017.

Estabilidade

A Ki Light, inaugurada em meados de 2015, aumentou 10 vezes seu faturamento anual, fechando 2017 com vendas totais de R$ 640 mil. Apesar de comemorar os resultados, o gastrônomo Alex Melo e seu sócio, Antonio Lima, sabiam que seria assim, pois chegavam a um mercado pouco explorado nas classes média e média alta. "Verificamos a necessidade em oferecer um serviço que unisse a praticidade no dia a dia a um perfil de vida saudável, com qualidade e preço justo”, afirma. E foi como esse propósito que criaram a marmitaria que, três anos depois, vende 450 unidades por dia entre refeições, lanches e sucos.

Formado em gastronomia, Alex criou um cardápio inicial mais elaborado mas, logo nas primeiras semanas de funcionamento do delivery, percebeu que havia uma grande procura por refeições mais leves e fitness. Os pratos foram repensados com o auxílio de um nutricionista e o sucesso foi imediato. Outra mudança que auxiliou no sucesso do novo negócio de Alex e Antonio foi mudar o processo de produção e comercialização. Quando fundaram a Ki Light, eles produziam para depois vender. “Analisando o custo-benefício, a logística e o armazenamento, decidimos produzir somente o que já estava vendido. Isto nos trouxe o combustível necessário para seguir em frente”, comenta. Por conta disso, as encomendas devem ser feitas de 24 a 72 horas antes do prazo para entrega. Segundo Alex, 90% dos clientes da empresa compram marmitas para almoçar no trabalho e cerca de 65% dos consumidores são mulheres. “É um mercado com muitas vertentes, com o atrativo de ter um bom custo-benefício tanto para o consumidor quanto para o empresário”, diz Alex.

Fonte: Casa e Jardim

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