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Deus ajuda quem cedo madruga. O velho dito popular tornou-se realidade para muitos comerciantes e prestadores de serviços, que resolveram investir em atendimento personalizado e horários nada convencionais, especialmente na capital mineira. Vale tudo para superar a crise e aproveitar aquela fatia do mercado que o concorrente ainda não conquistou.

A flexibilidade de horários, segundo o economista da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Guilherme Almeida, é comum em se tratando de prestação de serviços. Mas, especialmente na capital e no Estado, não é nada convencional que o comércio funcione fora do tradicional 8h às 18h. “O comércio precisa do fluxo de pessoas e não é comum isso acontecer fora do horário normal. Geralmente, o que se vê é uma ausência de demanda nesse segmento. Mas, vale frisar que muito comerciante aproveita a oportunidade do local em que está instalado e o deslocamento das pessoas no entorno do estabelecimento para lucrar mais”, explica.

Se tem muita gente ganhando dinheiro trabalhando na madrugada, de outro lado faltam opções para quem quer se divertir até mais tarde. De acordo com a Abrasel em Minas Gerais, Belo Horizonte conta com poucos estabelecimentos que ficam abertos até mais tarde. Crise financeira, falta de segurança e até mesmo mudança de hábitos do consumidor têm afastado o público da boemia. Nem mesmo as boates estão varando a noite como acontecia há alguns anos.

“É um conjunto de fatores que faz com que os bares não fiquem abertos de madrugada, como ondas de violência e até mesmo a crise. Em Belo Horizonte, a procura por bares durante a madrugada, de modo geral, tem sido maior no fim de semana, o que faz também com que muitos estabelecimentos não mantenham as portas abertas até mais tarde. São poucos que ainda resistem 24h”, explica o presidente da Abrasel no estado, Ricardo Rodrigues.

Ele também relata que o público da noite tem suprido a falta de bares e restaurantes em tempo integral com comércio de rua e redes fast-food, que ficam abertos 24h. “Muita gente prefere procurar mais tarde um carrinho de sanduíche ou de cachorro-quente, porque esses profissionais já trabalham até mais tarde”, finaliza. Por exemplo, apenas 14 unidades do MC Donald's funcionam 24h na capital mineira e região metropolitana. São 11 em Belo Horizonte, e três em Contagem.

Fonte: Jornal Pampulha

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