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Novas experiências são consideradas pelos consumidores com qualidade tão boa quanto as originais



Churrascarias e restaurantes de Curitiba estão usando a criatividade para não ter que repassar aos clientes todo o aumento do preço da carne. Dos quinze produtos que mais subiram de preço no mês passado, nove são cortes de carne de boi, e seis de cortes de primeira qualidade, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Conforme os proprietários dos estabelecimentos, a ordem é investir em outras experiências de sabor, com novos temperos e modos de fazer. Dessa forma, segundo eles, os cortes menos famosos estão ganhando espaço no rodízio.

"Picanha não. Peguei ali um coxão mole, coxa sobrecoxa, carne moída, e é o que temos para hoje", brinca uma cliente.

Uma saída para economizar é reduzir o tamanho do prato, mas a solução pode não ser eficiente caso a pessoa esteja com muita fome.

"Temos todos os cortes, continua a mesma coisa, mas estamos valorizando mais. Como falei, mais treinamento, passando mais esses cortes para o cliente experimentar, porque hoje a pessoa vem e só pensa na picanha, no mignon, e não é só isso que tem de bom", disse a proprietária da churrascaria Kely Souza.

A costelinha de porco, costela e cupim, cortes mais baratos no fornecedor, ganharam outro preparo e são defumados.

"Gasta menos carvão?! Gasta menos carvão, é uma forma de conseguirmos se enquadrar ao momento que estamos vivendo, é uma economia pra casa", afirmou o gerente Erondi da Rosa Filho.

Os clientes que experimentaram as carnes aprovaram. "Muito suculenta, muito saborosa, diferente das outras", disse uma cliente. Outro afirmou que nunca pensou que iria comer um cupim defumado na vida.

O patinho, menos famoso no rodízio, agora vai para o fogo temperado com ervas finas e carvão ativado, feito de casca de coco.

As novas experiências são consideradas com qualidade tão boa quanto as originais.

"Em termos de qualidade está sensacional, não vejo diferença em questão de corte", afirmou.
Outro restaurante, que vende pratos feitos, precisou rever as compras para reduzir o prejuízo do preço das carnes. Os donos encontraram carne de primeira tão macia quanto o corte de patinho, mas pagando R$ 5 a menos no quilo.

"Estamos tendo que achar soluções simples, mas não aumentar o preço do prato em si porque o salário dos nossos clientes não aumentou. É melhor ter eles aqui dentro que lá fora", concluiu o sócio e gerente Silvio Roberto de Carvalho.

Fonte: G1

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