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As chefs Morena Leite e Gabriela Ginatto contam sobre a experiência no Gastronomia Sustentável, projeto que busca a conscientização sobre o desperdício de alimentos

Morena Leite

Com 70 alunos já capacitados em Curitiba, o projeto Gastronomia Sustentável - uma iniciativa da Electrolux Food Foundation em parceria com a Worldchef e a AIESEC - acaba de formar mais 10 novos técnicos de cozinha em São Carlos, no interior de São Paulo. Durante os quatro meses de curso, eles aprendem técnicas de gastronomia com foco em reaproveitamento de alimentos que costumam ir direto para o lixo, como talos e cascas de frutas e hortaliças.

Por trás de tantos aprendizados, estão alguns professores muito especiais, como as chefs Morena Leite, 38 anos, e Gabriela Ginatto, 26 anos, que não só ensinam métodos de cozinha, como também inspiram os alunos a serem agentes de transformação em suas comunidades. Formada pela conhecida Le Cord Cordon Bleu, de Paris, Morena Leite capacita jovens desde 2010, através do Instituto Capim Santo, que visa a inserção no mercado de trabalho na área de gastronomia

Em uma viagem à Bali, na Indonésia, conheceu a Green School, escola 100% sustentável, comprometida com o futuro do planeta e, assim, junto com a Electrolux, iniciou o Gastronomia Sustentável, trazendo a reflexão sobre como estamos aproveitando os alimentos: “sustentabilidade para mim é consciência. No Brasil, a gente tem muita abundância e acabamos perdendo essa consciência. Então hoje em dia ficamos pensando em como reduzir, reciclar e repensar toda a cadeia do zero”, relata.

Para entrar no curso, o pré-requisito é ter pelo menos três anos de ensino em escolas públicas, mas também existem cotas para refugiados, ex-presidiários e, inclusive, alunos mais velhos. Apesar de gratuito, todos eles precisam se comprometer em participar de algum projeto social para receber o diploma depois. Gabriela Ginatto, que cursou Administração, acabou descobrindo sua paixão na Gastronomia e teve sua primeira experiência como ministrante, nesta iniciativa. “Cozinha para mim é uma forma de amor. Foi muito bom participar do projeto, porque são pessoas muito receptivas, que realmente querem aprender”, conta ela.

Com aulas de confeitaria básica, ela ensinou a reutilizar os alimentos ao máximo na produção dos doces e comemora a evolução dos alunos: “alguns já estão até fazendo em casa produtos para vender”. Se o objetivo do Gastronomia Sustentável tem a missão de trazer um olhar consciente para a cozinha e abrir caminhos para o mercado de trabalho, parece que ela já está sendo muito bem cumprida.


Fonte: Razões para acreditar

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