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Os quase 5 milhões de foliões esperados para o Carnaval de Belo Horizonte fazem os estabelecimentos de alimentação fora do lar da Capital se preparar para o maior evento da cidade

Reforçar equipes, lançar novos cardápios e fortalecer o treinamento são ações determinantes para gestores de bares e restaurantes de diferentes regiões da cidade. Instalada no hipercentro, a três quarteirões do Mercado Central e ao lado de um hotel executivo importante, a hamburgueria Bullguer se prepara para dias intensos. De acordo com a sócia da franquia, Clara Luciano, o treinamento já começou e o quadro de funcionários cresceu 30% para o período.

O objetivo é tentar manter o ritmo de entregas dos sanduíches – estimado em oito minutos em média. O estoque de bebidas também será reforçado. “Ano passado foi nosso primeiro Carnaval e a experiência foi muito boa. Para esse ano, estamos mais experientes e entendendo melhor a dinâmica dos consumidores. Vamos colocar mais mesas, mas muita gente prefere ficar de pé, pegar o sanduíche e seguir com o bloco. Também tem quem queira apenas a bebida. Vamos estender o horário. O fluxo é diferente porque temos blocos desfilando ao longo de todo o dia, puxando o pico para mais cedo. O hotel aqui do lado também nos permite atender muita gente de outras cidades”, explica Clara Luciano.

No bairro de Lourdes, na região Centro-Sul, o restaurante Sargas tem um perfil completamente diferente da hamburgueria. Voltado para um público mais sofisticado, composto, principalmente, pelos executivos que vêm a Belo Horizonte a trabalho e se hospedam no hotel Mercure Lourdes, o restaurante também prevê dias agitados.

Segundo o gestor do Sargas, Luiz Veríssimo, houve um tempo em que a cidade ficava tão parada que o hotel chegou a abrigar um retiro de ioga. Mas a realidade mudou e hoje a estratégia é mobilizar toda a equipe e treinar para uma mudança brusca de rotina durante o reinado de Momo. A previsão é de que o hotel tenha lotação completa durante os cinco dias de festa. Apesar disso, não é necessário contratar extras.

“Temos nosso atendimento também voltado para o público externo, mas nessa época contamos pouco com os passantes como consumidores. É natural que quem esteja nos blocos busque uma alimentação mais rápida. Nosso ponto central é atender os hóspedes em uma dinâmica totalmente diferente do que estamos acostumados. Serão quase 500 pessoas hospedadas. Os horários mudam, os pedidos de madrugada nos quartos aumentam por causa dos turistas comuns e também porque recebemos algumas bandas que vão se apresentar na cidade. Além disso, incrementamos nosso cardápio, colocando mais opções de sucos e cremes revigorantes no café da manhã. Como a média de idade do nosso público também cai, oferecemos pratos mais rápidos”, enumera Veríssimo.

A animação dos empresários parece justificada. O conselheiro da Abrasel em Minas, Adelcio Castro Coelho, revela que a expectativa da entidade é um crescimento médio entre 30% e 40% no faturamento do segmento em relação ao Carnaval do ano passado. Estabelecimentos da região Centro-Sul, especialmente aqueles que ficam no trajeto dos principais blocos, estimam dobrar o faturamento.

“É certo que os principais eventos se concentram na Centro-Sul, mas todas as regiões vão lucrar com a festa. A previsão é de um aumento de faturamento entre 30% e 40%. Como já está se tornando tradição, a Abrasel lançou, em parceria com a Belotur (Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte), uma campanha para que os estabelecimentos desenvolvam um prato especial para o Carnaval. Quem aderir, terá a iniciativa divulgada gratuitamente nas plataformas digitais da Prefeitura”, pontua Coelho.

Para o conselheiro, que também dirige a Boivindo Steakhouse, no bairro Sagrada Família (região Leste), a ordem é fortalecer o treinamento e preparar as equipes para dias intensos, mas, nem por isso, podem deixar cair a qualidade dos produtos e do serviço.

Mesmo quem não está na rota dos principais desfiles vai precisar se preparar. No caso da churrascaria a expectativa é pelas famílias que saem para eventos em que participam crianças e adultos. A proximidade com o bairro de Santa Teresa – tradicional reduto carnavalesco e que abriga vários blocos infantis -, na mesma região, é um dos trunfos da casa. É esperado um aumento de público de 30%.

O Carnaval é, segundo ele, a primeira grande oportunidade da cidade capitalizar o título de “Cidade Criativa pela Gastronomia” conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em outubro do ano passado.

“Belo Horizonte está preparada para esse volume de pessoas. Grandes eventos como o ‘Comida de Boteco’ nos ajudaram a formar mão de obra e empreendimentos capacitados ao longo do tempo. Esse é o momento de levar o nome da cidade ainda mais longe através dos turistas que vêm aqui também atrás de folia e também de uma gastronomia reconhecida no mundo”, pontua o empresário.

No Carlos Prates, tradicional bairro da região Noroeste, diferentemente da maioria dos seus colegas Dome Longe Bar não vai abrir, mas o trabalho não vai parar por isso. O diretor operacional do Dome Lounge Bar, Amaury Simão Sader Junior, é um dos coordenadores da festa Deu Praia BH, que acontece no Buritis. A ideia é juntar diferentes estilos musicais em um espaço ao ar livre e clima de litoral.

“Como uma grande festa temos todo o cuidado com a segurança e o conforto dos participantes. Preparamos uma festa muito bonita. Temos a certeza que esse ano Belo Horizonte terá o segundo maior Carnaval do Brasil, perdendo somente para Salvador, tanto em volume de turistas, quanto em qualidade da festa”, aposta Sader Junior.

Fonte: Diário do Comércio

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