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Saem de campo os velhos pedidos por telefone e entram os inovadores aplicativos de delivery. Os ventos nunca sopraram tão a favor do segmento de entregas a domicílio, que vem sendo revolucionado por plataformas online, principalmente no universo da alimentação. Pesquisa realizada pela Abrasel em parceria com a Fispal, no final de 2017, mostrou que 58% dos restaurantes pesquisados utilizavam plataformas coletivas de delivery e 13% tinham ferramentas próprias. A expectativa da Abrasel é que o segmento feche 2018 com faturamento de R$ 12 bilhões.

No ano passado o Ifood criou o iFood Shop, marketplace que comercializa embalagens com preços 20% mais baixos, em média. A plataforma tem ainda o Meu Site, que permite a qualquer restaurante criar seu próprio site e app, e ainda fez parte do processo de compra da Zoop, o que possibilitou que a empresa passasse a ter maquininhas de cartão para pagamento. “As soluções desenvolvidas são pensadas para impulsionar o mercado de delivery e ajudar os restaurantes a se desenvolverem, reduzindo custos e aumentando eficiência”, acrescenta.

APP PRÓPRIO

Numa outra ponta, fazem sucesso as empresas que desenvolvem aplicativos para restaurantes, como a Delivery Direto, criada em 2015 pelos mesmos criadores do guia Kekanto. O negócio recebeu recursos de fundos investidores e do programa de aceleração Google Launchpad. Com dois anos, já conta com mais de 900 clientes em todo o Brasil.

“Independentemente do número de pedidos que o restaurante receba, a ferramenta se paga em cerca de 3 meses, considerando a economia que o estabelecimento tem por não pagar comissões pelos pedidos realizados”, afirma Allan Panossian, CEO do Delivery Direto. A maioria dos pedidos (70%) é de clientes recorrentes, segundo 60% dos restaurantes. “Por isso, as ferramentas de fidelização, CRM e divulgação automática são tão importantes”, acrescenta.

Pesquisa informal feita junto aos novos clientes do Delivery Direto apontou que, para 30%, o objetivo principal de se ter uma plataforma própria é aumentar as vendas com ferramentas de fidelização e divulgação automática; 25% querem ter um canal direto com os clientes no delivery online; 20% querem oferecer comodidade; e 10% buscam maior eficiência operacional. O restante quer reduzir custos com comissões; ampliar suas frentes de delivery para oferecer outros produtos; e oferecer pagamento online.

Um aplicativo de delivery pode custar até R$ 53 mil, só com as funcionalidades básicas, essenciais para a boa navegação do cliente e do restaurante. Mas uma plataforma de delivery não é só isso. “As atualizações posteriores, o trabalho de marketing ou recursos para a administração do dono do restaurante são fatores que devem ser levados em conta”, ressalta Panossian.

O objetivo da maioria é aumentar as vendas

O levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurante (Abrasel) e da Feira para Indústria de Alimentos & Bebidas (Fispal) revelou que 46% dos pesquisados oferecem o serviço como estratégia de aumento das vendas. Entre os que trabalham com entregas, 49% o fazem há mais de três anos e 44%, há menos de dois anos – o que mostra um crescimento vertiginoso do interesse do empresariado por novos canais de comercialização. Apenas 29% dos pesquisados ainda trabalham com pedidos feitos exclusivamente por telefone.

Para o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, os aplicativos de delivery são serviços importantes para o consumidor, exigem baixo investimento e contribuem para aumentar o faturamento. “Quase a totalidade dos negócios do setor está operando com ociosidade e o delivery gera renda adicional, o que é positivo. Mas há risco quando os serviços de entrega tiram o cliente da loja, reduzindo a margem do negócio”, destaca.

A Associação lançou em 2016, o Abrafood, aplicativo de delivery de comida oficial da instituição. Atualmente, a ferramenta já está em funcionamento em oito cidades: Curitiba, Florianópolis, João Pessoa, Maceió‎, Manaus, Natal, Salvador e Campina Grande (PB). O serviço conta com um diferencial para os empresários: não tem taxa por pedido feito no aplicativo, é pago pelas empresas cadastradas apenas um valor mensal.

*Com informações do O Globo, versão impressa do dia 25 de junho de 2018.

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