Um grupo de cientistas sociais da Universidade de Oxford fez, em novembro do ano passado, uma pesquisa que acabou demonstrando o que a “intelligentsia” britânica já intuía. Os pubs nas vizinhanças melhoram a vida de todos.
Ao noticiar o resultado dos estudos da Universidade de Oxford, os jornais The Telegraph e Daily Express abriram suas matérias de forma idêntica: “It’s official: living near a pub makes you happier”. O que era uma impressão generalizada se tornou uma certeza científica: ‘É oficial: morar perto de um pub torna você mais feliz”.
O pub é uma instituição britânica, funcionando como sala de estar dos vizinhos de rua e dos moradores de um bairro. Eles surgiram há cerca de 200 anos. Uma das versões sobre as suas origens é que, em meio à eclosão de cervejarias artesanais, em 1830, o governo aboliu a taxação da bebida. Mas como as famílias vendiam a cerveja na cozinha de suas próprias casas, criou-se uma regulamentação, segundo a qual isso teria de ser feito em um cômodo específico da residência, preparado para tal finalidade. Eis por que pub é a abreviação de “public house” – uma “casa pública”.
O número de pubs está diminuindo, devido à valorização imobiliária. A pesquisa da Universidade de Oxford aponta a necessidade de os planejadores urbanos e as instituições privadas trabalharem para viabilizar, financeiramente, o seu revigoramento, por meio da redução de taxas e impostos. É que eles são ativadores da vida social britânica, fomentando os relacionamentos interpessoais entre os vizinhos e aproximando as pessoas. Portanto, os pubs são considerados essenciais à preservação da identidade, dos laços comunitários e dos negócios de pequena escala.
Os britânicos sempre souberam disso. Mas, agora, o diagnóstico tem o selo da quinta melhor universidade do mundo, depois de Harvard, do MIT, de Berkeley e Stanford, de acordo com o ranking da U.S. News & World Report. O atestado de uma instituição de tamanho prestígio fortalece os movimentos em favor dos pubs junto aos gestores urbanos e dos mais influentes formadores de opinião da Grã-Bretanha.